Por Gastón Stochyk – 18/10/2021
As crianças gastam seu dinheiro principalmente offline, mas, à medida que crescem, passam a alocá-lo mais no mundo online
Hoje, crianças e adolescentes são informados como nunca antes na história. 86% dos menores de idade no Brasil têm acesso a um smartphone, através do qual acessam conteúdo, investigam, analisam, influenciam e decidem.
Nos últimos anos, esse segmento aumentou significativamente sua interferência nas compras domésticas. O escopo é tal que os pais afirmam que 9 em cada 10 influenciam fortemente na compra de diferentes categorias, tais como: brinquedos, roupas, calçados, idas ao cinema, videogames, jogos de tabuleiro etc…
Mas também em outros como: destinos de férias, música, aplicativos, dispositivos, comidas e bebidas. Independentemente da influência desse público sobre seus pais, no que diz respeito às compras familiares, eles também têm acesso a seu próprio dinheiro: no Brasil, 4 em cada 10 crianças têm seus recursos, decidindo em que gastá-lo ou economizando-o para compras ou investimentos futuros.
A maioria usa para comprar alimentos e bebidas (33%). No caso dos adolescentes (13 a 18 anos), 35% usam o dinheiro para comer em restaurantes e fast food e 33% para comprar roupas, acessórios e calçados. Também é muito interessante a forma como pagam por seu consumo, e a diferença em comparação a outros países da América Latina.
No Brasil, 48% das crianças dizem que seus pais pagam por suas compras (abaixo da média de 55% na região). Entre 6 e 18 anos, 51% dizem usar dinheiro para fazer compras, mas surgem outras formas de pagamento, como cartões de débito e crédito (14%) e mais sistemas digitais, como carteiras virtuais (5%) e PayPal (4%).
Como mencionamos anteriormente, o segmento não só pensa em gastar e consumir, mas também está ciente da importância de economizar. Apenas 3% das crianças que recebem dinheiro não economizam ao menos uma parte.
O cofrinho é seu formato favorito (57%), dos 6 a 12 anos 34% preferem mantê-lo no banco como principal opção, índice que aumenta para 38% na faixa entre 13 a 18 anos. Entre os adolescentes, alternativas mais modernas e digitais para guardar dinheiro estão começando a ser vistas, como carteiras virtuais (4%), PayPal (4%) e até criptomoedas/Tokens (2%).
As crianças gastam seu dinheiro principalmente offline (66% vs 34%). Mas, à medida que crescem, passam a alocá-lo mais no mundo online, ambiente que passa a responder por 42% das compras entre adolescentes de 13 a 18 anos. Eles se informam, perguntam, influenciam, compram e economizam.
Eles não são espectadores do mundo em que vivemos, mas cada vez mais
protagonistas. É muito importante acompanhá-los em casa e nas escolas, educá-los no uso e no valor do dinheiro, e entender que eles ocupam um papel cada vez mais importante no consumo de todos os tipos de produtos e serviços, tanto para eles quanto para suas famílias.
Por Gastón Stockyk: Diretor Geral da Askids empresa de dados e insights dedicada ao segmento kids & teens.
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